6 de dezembro de 2010

Coração

Neste coração que pulsa
neste sangue que explode
e expulsa de mim a vida
nessas víceras
nesses pedaços
nos laços quases desfeitos
no cabelo emaranhado
no mar

Na vida que perco
no suor
no medo

nessas tao infindáveis horas
nas tão silenciosas palavras
sua mão que me busca
seu lábio que me fere
seus olhos como dois furacões
sua ira

me atormenta ainda que nao esteja
me perturba mesmo que adormeça
me detém e me empurra
sem que eu saiba
sem que eu consiga
dizer nem mais uma palavra
esperar nada menos
que um adeus