6 de janeiro de 2011

Navalhas

São navalhas as suas palavras
que ardem em meus ouvidos até agora
Sua raiva que me consome
a chance que não mereço

Na sua saliva
como o ódio que te vi sentir
marcam meu rosto
as letras de nossa separação

Eu te busquei em infinitos fundos
te procurei em lagos e armários
como as doações antigas
que se perdem sem história

Fiz da sua pele meu refúgio
da sua língua minha canção

Agora mata com o abandono
as flores que murchas
enfeitavam meu coração