26 de abril de 2011

:: abril ::

é desse sentir que sinto tanto a sua falta
e sinto....
sinto, ainda, suas mãos
que toco infinitas vezes em minhas lembranças
suas palmas que toquei naquela manhã

revejo na noite seus olhos fechados
revejo nos lençóis suas costas abertas
revejo seu cuidado além de mim

sinto este infinito de ti até me cansar
sinto o mesmo frio que senti
me senti em você antes da manhã despertar

vejo os dias passarem,
num tempo sem fim
dezoito anos em dezoito noites
dezoito novas vidas que vivi

e assim, como uma saudade breve
permanecem as lembranças nesse meu mar
como permanece o perfume leve
como perfumou você a minha alma
como me perfumou você o meu olhar

hoje perco você nos braços de nosso abraço vil,
nos relances de nossos entorpecidos sentidos,
perco o sentido nas palavras que você me escreveu,
palavras suas, perdidas num dia qualquer como hoje,
num dia qualquer de abril...