em algum lugar distante suas costas recostam entre as encostas do meu poente
em algum lugar muito longe seus olhos desdobram mil imagens dos meus montes
em algum espaço que por aí há, descansa suas pernas sobre as montanhas de mim
longe, muito longe daqui vejo seus cabelos perdidos entre as matas que me cobrem
neste lugar que não posso alcançar são as gotas da sua saliva que transbordam o meu mar
longe, muito longe de mim seus passos caminham sobre as pegadas de quem já se foi
tão distante de mim os seus braços que não posso tocar
longe, muito longe, todos esses sonhos que saem de seus pensamentos percorrendo todo ar
tão distante entre as nuvens sua pele mais alva que os algodões dos campos a ceifar
tão longe estão suas mãos que colhem os frutos do meu corpo
tão longe eu de você que não sei se há tempo de não me afogar antes de me atracar ao teu porto.